domingo, 30 de agosto de 2015

Clipping COESA: O despertar tardio da consciência ecológica: hipocrisia pura e destilada

Exploração do gás de xisto na Fazenda Vitória, com graves riscos ambientais, a apenas 12 km de Luís Eduardo.

Quem se preocupou?


O brasileiro não sabe o que é e como se processa o conjunto de serviços estruturais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e limpeza e drenagem de lixo e águas pluviais urbanas, o que se chama de saneamento básico.
Apesar das conquistas sociais que o Brasil experimentou na última década, ainda falta muito para avançar na questão do saneamento básico. Um levantamento do Instituto Trata Brasil mostra que o país não conseguirá alcançar a universalização do sistema nos próximos 20 anos se o trabalho de implantar serviços de água e esgoto continuar no ritmo observado.
A pesquisa, chamada de Ranking do Saneamento Básico nas 100 Maiores Cidades, inclui os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) do ano base de 2012.
A conclusão aponta para uma lentidão nos investimentos no saneamento por parte das três esferas de governo — nacional, estadual e municipal. O projeto de contemplar 100% das localidades brasileiras com saneamento básico nos próximos 20 anos, portanto, já está comprometido.

As tragédias ambientais do Oeste baiano
No Oeste baiano, água tratada, esgotamento sanitário e respectivo tratamento, manejo de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais são incipientes. Quase 100% dos esgotos são jogados in natura nos rios dos vales do Rio Grande e Corrente. Quando não são jogados diretamente nos rios, infiltram-se no lençol freático através de fossas primitivas ou transbordam nas sarjetas urbanas, como é claro o exemplo de Barreiras, esperando a estação das chuvas para igualmente ganhar os rios.
Pobre povo ignorante que bebe da solução de suas próprias fezes e não sabe a diferença entre um buraco cavado no chão, para recolher o esgoto, e uma fossa séptica, que através da decomposição física e química (anaeróbica) dos dejetos domésticos permite uma melhoria dos resíduos lançados para a infiltração no solo.
Além dos nossos rios, estamos contaminando o grande lençol freático do Urucuia, reserva que abrange 3 estados, mas principalmente o Oeste baiano.
Quando o jornal O Expresso condenou com veemência a exploração do xisto betuminoso pelo sistema de fratura hidráulica, numa fazenda a 12 km de Luís Eduardo Magalhães, ninguém se manifestou, ninguém fez um comentário contra ou a favor. Sob o título “Exploração de gás de xisto no Oeste baiano pode causar desastre ambiental sem precedentes”, uma série de matérias jornalísticas mostrou a condenação, pela Justiça Federal, da exploração no litoral baiano, no Paraná, no Piauí e em outras diversas regiões do País.
Foi uma campanha distribuída em várias reportagens do jornal impresso e do blog. Repercussão igual a zero. Apenas a Petrobras, através de uma carta insossa, respondeu ao nosso questionamento.
Os mesmos representantes do agronegócio, que hoje encetam campanha “SOS Rio de Pedras”, para evitar pontos de assoreamento do córrego que banha Luís Eduardo, entraram em cena mudos e saíram calados. Puro interesse econômico! Analisavam com carinho que a exploração do gás de xisto também contemplasse suas fazendas, com o respectivo faturamento de royalties. Hipocrisia pura e destilada!
Querem fechar a BR 020 em evento aparatoso e carnavalesco? Obviamente amparado por carros de som e queima de pneus, num claro jogo político que visa às eleições municipais de 2016.
Por que não, reunir-se com o Conselho Municipal de Meio Ambiente e elaborar uma pauta de assuntos relevantes para o Meio Ambiente?

"O quê entidades sindicais e classistas patronais, as quais nunca tiveram uma agenda ambiental, estão fazendo no meio desse movimento?
Puras ambições políticas de pouco relevo: um aqui quer ser prefeito, outro acolá quer ser vereador e aí por diante. Passadas as eleições, a consciência ecológica se apaga e todos se voltarão aos seus afazeres e à ingente tarefa de enriquecer um pouco mais."



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